Armas e munições apreendidas após confronto entre a polícia e membros do Comando Vermelho Photo: SSPDS/Divulgação

Na madrugada desta sexta-feira (31), por volta das 3h, sete membros da facção Comando Vermelho morreram durante um confronto com a polícia no município de Canindé, no interior do Ceará. A ação foi resultado de uma operação integrada que envolveu equipes do Raio, Cotar (Comando Tático Rural), Força Tática, FT Rural e Policiamento Ostensivo Geral.
Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), os criminosos foram surpreendidos enquanto tentavam invadir o bairro Campinas, área dominada por uma facção rival. O grupo tinha como objetivo tomar o controle do território, quando se deparou com as forças de segurança.
Durante o confronto, os suspeitos atiraram contra os policiais e lançaram granadas, sendo necessário o revide das forças de segurança. Após a troca de tiros, sete homens — ainda não identificados oficialmente — foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. Nenhum policial ficou ferido na ação.
Com o grupo, os policiais apreenderam oito armas de fogo, incluindo um fuzil, quatro pistolas e três revólveres, além de mais de 150 munições e entorpecentes. Os corpos foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) de Canindé.
Em nota, a SSPDS informou que as equipes agiram após informações da Inteligência sobre possíveis ações criminosas na região.
“As composições reagiram à agressão em legítima defesa. Após cessar o confronto, sete homens foram localizados e socorridos, porém evoluíram a óbito”, destacou o órgão em comunicado.
A Delegacia de Canindé ficará responsável pelas investigações.
Após o ocorrido, o governador Elmano de Freitas utilizou as redes sociais para parabenizar o trabalho das forças de segurança:
“Nenhum policial morto. Nenhum inocente alvejado. A população protegida. Parabéns à nossa Polícia Militar do Ceará”, publicou o governador.
⚔️ Contexto: a guerra entre facções no Ceará
O Ceará enfrenta uma disputa territorial intensa entre sete facções criminosas, segundo o governador Elmano de Freitas. Esses grupos lutam pelo controle do tráfico de drogas e serviços ilegais, como fornecimento de internet e cobrança de taxas de “proteção” a comerciantes e ambulantes.
A guerra entre facções é responsável por cerca de 90% dos homicídios no estado, o que fez do Ceará a unidade da federação com a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes em 2024, conforme o Mapa da Segurança Pública do Ministério da Justiça.
O número de assassinatos no estado subiu 9,85% em 2024, passando de 2.893 para 3.178 casos. Em algumas regiões, facções impõem um “pedágio” a comerciantes. Em agosto de 2025, um vendedor de churrasco foi assassinado em Canindé após se recusar a pagar uma taxa que havia sido aumentada de R$ 400 para R$ 1.000 mensais.



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